segunda-feira, 20 de março de 2023

Famosa cerveja acaba por falta de monges

Cerveja trapista Achel desapareceu por falta de monges
Cerveja trapista Achel desapareceu por falta de monges
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






A crise religiosa na Igreja no período pós-conciliar trouxe não só devastadores efeitos na vida monacal com o fechamento continuado de mosteiros e conventos masculinos e femininos no mundo inteiro.

Repercute também na cultura universal. Não só cessa ante Deus a indispensável oração e meditação na estrita observância de uma tradição medieval para aplacar a cólera divina pelos pecados cometidos pelos homens. 

Pecados que no século XXI se estão multiplicando e agravando com um furor sem igual na História.

O lento, mas constante desaparecimento dos últimos ascetas monacais também ameaça a sobrevivência de ofícios e produtos tradicionais. 

Trapista elaborando cerveja na abadia de Notre-Dame de Saint-Remy
Trapista elaborando cerveja na abadia de Notre-Dame de Saint-Remy
Caso típico aconteceu na Bélgica, onde a cultura da cerveja trapista é um emblema nacional reconhecido até pela a-religiosa UNESCO.

Na abadia belga de São Bento em Limburg, construída no século XI junto à fronteira holandesa e ocupada desde 1846 pela ordem beneditina, se produzia a cerveja Achel, uma das seis marcas na Bélgica certificadas como trapistas, da dez que existem no mundo.

Mas há quase três anos, o mosteiro perdeu seus últimos clérigos: os dois últimos frades já muito idosos tiveram que se mudaram para a irmã Westmalle Abbey, informou “Clarín”.

Não há vocações para entoar a liturgia monacal para atrair a misericórdia divina, e secundariamente para produzir sua excelente cerveja. 

Por fim, apareceu o empresário Jan Tormans que continuará fabricando a cerveja supostamente com a intenção é que o sabor e a fórmula não mudem.

Porém, quase ninguém pode acreditar nesse propósito industrial.

Monges selecionando cerveja na adega. Eduard Theodor Ritter von Grützner (1846 – 1925)
Monges selecionando cerveja na adega.
Eduard Theodor Ritter von Grützner (1846 – 1925)
Desde 2021, a Associação Trapista Internacional retirou o selo da cerveja tradicional pois leigos tinham alterado suas misturas e a ruptura com a tradição ficou mais concreta com a mudança de proprietário e a extinção do mosteiro.

A associação que reúne as abadias trapistas exige, para a atribuição da sua insígnia, que a produção de cerveja seja produzida na abadia, que seja controlada ou gerida por religiosos que observem a regra de São Bento ("Ora et labora") e que atribuam parte dos benefícios à caridade.

A Bélgica continua a liderar essa cerveja com cinco nomes (Chimay, Orval, Rochefort, Westmalle e Westvleteren). É a metade de um seleto grupo de países que inclui Holanda (Zundert), Áustria (Engelszell), França (La Trappe), Itália (Tre Fontane) e Reino Unido (Tynt Meadow).

A Associação Trapista Internacional é promovida pela abadia belga de Nossa Senhora de Scourmont, onde se fabrica o Chimay, para distinguir o saber-fazer dos monges na preparação de cervejas, queijos, licores ou chocolates.




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