Santo Estevão, rei da Hungria |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O homem de luta e de ideal na Idade Média foi o guerreiro.
Sua missão social era ser protetor contra os inimigos externos, ou seja o Exército hoje, contra os bandidos, ou seja da Polícia hoje, contra os animais ferozes, ou seja algo equivalente a uma Polícia florestal.
Mas esse guerreiro não era um naturalista todo apoiado em seus conhecimentos materiais da guerra, das armas e das tecnologias. É, sem excluir isso, o contrário disso.
O guerreiro típico da Idade Média é o guerreiro que combate por uma razão religiosa.
Ainda que de imediato se trate de uma guerra feudal, em que estão, portanto, envolvidas questões de terras, a veracidade da palavra empenhada, não empenhada, etc., etc., no fundo há algo de religioso.
A família era tida como uma pequena pátria, e deixar de pertencer à família era uma vergonha como deixar de pertencer à pátria.
Por quê?
Robert Bruce, herói da Escócia. |
E se desaparece aquela família, é a mesma coisa que alguém roubar um pedaço de um vitral.
O vitral seria o país, os pedaços do vitral seriam as famílias.
É uma espécie de obrigação não deixar perecer a família, nem a honra dela, nem o nome dela. Sustentar, portanto, a honra dela até no combate.
Por isso, o modo de um pai ou de uma mãe passar um pito no filho, é dizer: “Você é a vergonha de nossa família”.
Combatente medieval. Reencenação em Kaltenberg |
Tudo era brilhante, mas ali tem um caco qualquer sem expressão, por estar colado um pedaço de jornal.
Essa é a família que perdeu a sua expressão.
No fundo disso há uma razão religiosa.
E o guerreiro, quando vai para a guerra para sustentar a honra da família, os limites de sua terra, ou vai como cruzado para a guerra santa, contra os maometanos em Jerusalém, no Oriente Próximo, contra os pagãos do norte da Europa, contra os maometanos de Espanha e Portugal, ele vai inflamado pela ideia de que está lutando por tal ponto da doutrina católica, porque uma graça o tocou e ele se acendeu.
Essa graça confere a sua alma uma altaneria, uma coragem e um gosto do desafio e do gosto do risco que muito frequentemente tem algo de místico.
De onde a reverência enorme prestada ao guerreiro pelo homem de paz.
Porque o homem de paz está num grau inferior em relação ao guerreiro.
Sob certo ponto de vista, o homem de paz, que tem uma profissão pacífica, é muito mais. Mas, de outro ponto de vista, é muito menos.
É que o guerreiro corria o risco por Nosso Senhor Jesus Cristo; portanto, ele dava a vida por Nosso Senhor, e as tintas incomparáveis do martírio entravam em seu gesto.
O martírio tem uma glória especial. Toda santidade tem glória, mas o martírio tem uma glória especial.
Dessa glória era participante o guerreiro que guerreia por Deus, por Nossa Senhora, pela Igreja, pela Cristandade.
(Autor: Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, 28/2/91. Sem revisão do autor)
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Òtimo!
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