terça-feira, 27 de março de 2018

As belezas da pobreza bem levada refulgiam na plebe medieval. O exemplo de Domremy.

Casa da família de Santa Joana d'Arc, Domremy, França
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Ouvindo nossos elogios inclusive as formas de vida das classes populares na Idade Média, alguém poderia objetar:

“bom, a plebe é a classe mais pobre, e que tem menos condições para se cercar de coisas bonitas. Então, daí decorre que a plebe parece o recanto da feiúra dentro do universo. E pelas mesmas razões pelas quais a nobreza seria o recanto da beleza, a plebe seria o recanto da feiúra.

“Os próprios seres humanos, postos num ambiente nobre, deixam ver mais a sua beleza do que no ambiente plebeu.

“Então o que é que o Sr. vai admirar na pobreza?”

A resposta me salta aos lábios, o presépio de Belém.



Sagrada Família: modelo de dignidade na pobreza
O Menino Jesus foi com certeza um menino de uma beleza inimaginável, além do mais um menino nobre. São José era da Casa de David, está na Escritura.

Quer dizer, ele é descendente do Rei David.

A família de David tinha sido posta fora do trono mas tinha o direito a reinar sobre Israel. São José era o chefe da Casa de David.

Ele tinha sobre Israel um direito como o príncipe imperial D. Luiz de Orleans e Bragança bisneto da Princesa Isabel tem sobre a coroa do Brasil.

O Menino Jesus era, portanto, Filho de Rei.

Agora, O imaginem não no presépio de Belém com as vaquinhas e os boizinhos dando bafo em cima d’Ele, etc., mas no mais belo palácio da terra.

São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida
aparecem a Santa Joana d'Arc, Bois Chenu
Não é verdade que isso seria menos bonito do que no presépio?

E que muita coisa na plebe foi posta feia e pobre para que se realçassem valores que nela aparecem e florescem?

E é preciso saber entender e compreender isto.

Todos se lembram da figura histórica de Santa Joana d'Arc.

Heroína virginal que quando a França feudal, a França do heroísmo e da cavalheirosidade estava no chão, debaixo do pé conquistador da Inglaterra, foi suscitada numa aldeiazinha muito humilde, com um nome que soa como um toque de sininho: Domremy.

E que quando ela ia apascentar as ovelhas da família, as vozes de duas santas ‒ Santa Margarida e Santa Catarina ‒ falavam com ela.

E explicavam-lhe que ela tinha que ir para a França, para salvar o reino, e como é que seria, etc., etc.

Aquela virgem encantadora, em determinado momento partiu. Apresentou-se ao Rei.

E disse que ela era mandada por Deus, etc., etc.

Afinal de contas, o Rei aceitou e a pôs, a ela fraca e débil, à frente de um exército que era um dos mais fortes da Europa.

Ela, na sua debilidade virginal e encantadora, comandou e foi empurrando os ingleses quase completamente para fora da França.

Era uma pastora chamada a brilhar na corte de um rei.

Era uma virgem chamada a viver num campo militar onde, infelizmente, tantas e tantas vezes a linguagem é impura, a presença das mulheres perdidas se faz notar, etc., etc.

E, entretanto, ela ali reluzia como um círio de cera puríssima em plena noite.

Bem, não é mais bonito que ela tenha sido uma pastorinha do que ela tivesse sido filha de um príncipe?


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira. Sem revisão do autor).




Vídeo: Visita à casa de Santa Joana d'Arco em Domremy





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