Santo Alberto Magno, St Dominic, Londres |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
San Alberto Magno (1193-1280), o Doutor Universal, foi o principal representante da tradição filosófica dos dominicanos.
Além disso, é um dos trinta e três Santos da Igreja Católica com o título de Doutor da Igreja.
Tornou-se famoso por seu vasto conhecimento e por sua defesa da coexistência pacífica da ciência com a religião.
Alberto foi essencial em introduzir a ciência grega e árabe nas universidades medievais, mas nunca hesitou em duvidar de Aristóteles.
Em uma de suas frases famosas, afirmou: a ciência não consiste em ratificar o que outros disseram, mas em buscar as causas dos fenômenos.
Tomás de Aquino foi seu aluno.
Robert Grosseteste (1168-1253), Bispo de Lincoln, foi a figura central do movimento intelectual inglês na primeira metade do século XIII.
É considerado o fundador do pensamento científico em Oxford.
Tinha grande interesse no mundo natural e escreveu textos sobre temas como som, astronomia, geometria e óptica.
Bispo Roberto Grosseteste, St Paul, Westernmost |
Roger Bacon (1214-1294), o Doutor Admirável, ingressou para a Ordem dos Franciscanos por volta de 1240, onde, influenciado por Grosseteste, dedicou-se a estudos nos quais introduziu a observação da natureza e a experimentação como fundamentos do conhecimento natural.
Bacon propagou o conceito de “leis da natureza“ e contribuiu com estudos em áreas como a mecânica, a geografia e principalmente a ótica.
As pesquisas em ótica de Grosseteste e Bacon estabeleceram a disciplina como um campo de estudo na universidade medieval e formaram a base para uma duradoura tradição de pesquisa na área.
Tradição que chegou até o início do século XVII, quando Kepler fundou a ótica moderna.
Tomás de Aquino (1227-1274), também conhecido como o Doutor Angélico, foi um frade dominicano e teólogo italiano.
Tal qual seu professor Alberto Magno, é santo Católico e doutor desta mesma Igreja.
Seus interesses não se restringiam à filosofia; também interessou-se pelo estudo de química, tendo publicado uma importante obra química chamada “Aurora Consurgens”.
Entretanto, a verdadeira contribuição de São Tomás para a ciência do período foi ter sido o maior responsável pela integração definitiva do aristotelismo com a tradição escolástica anterior.
Frei João Duns Scot OFM |
Formado no ambiente acadêmico da Universidade de Oxford, onde ainda pairava a aura de Robert Grosseteste e Roger Bacon, teve uma posição alternativa à de São Tomás de Aquino no enfoque da relação entre a Razão e a Fé.
Para Scot, as verdades da fé não poderiam ser compreendidas pela razão. A filosofia, assim, deveria deixar de ser uma serva da teologia e adquirir autonomia.
Duns Scot foi mentor de outro grande nome da filosofia medieval: William de Ockham.
Jean Buridan (1300-1358) foi um filósofo e padre francês. Embora tenha sido um dos mais famosos e influentes filósofos da Idade Média tardia, ele é hoje um dos nomes menos conhecidos pelo público não-especialista.
Uma de suas contribuições mais significativas foi desenvolver e popularizar da teoria do Ímpeto, que explicava o movimeto de projéteis e objetos em queda livre.
Essa teoria pavimentou o caminho para a dinâmica de Galileu e para o famoso princípio da Inércia, de Isaac Newton.
William de Ockham (1285-1350), o Doutor Invencível, foi um frade franciscano, teórico da lógica e teólogo inglês. Occam defendia o princípio da parcimônia (a natureza é por si mesma econômica), que já podia ser visto no trabalho de Duns Scott, seu professor.
Nicolás d'Oresme |
Isso tornou-se parte básica do que viria a ser conhecido como método científico e um dos pilares do reducionismo em ciência.
Occam morreu vítima da peste negra. Jean Buridan e Nicole Oresme foram seus seguidores.
Nicolás d'Oresme (c.1323-1382) foi um gênio intelectual e talvez o pensador mais original do século XIV. Teólogo dedicado e Bispo de Lisieux, foi um dos principais propagadores das ciências modernas.
Além de suas contribuições estritamente científicas, Oresme combateu fortemente a astrologia e especulou sobre a possibilidade de haver outros mundos habitados no espaço.
Ele foi o último grande intelectual europeu a ter crescido antes do surgimento da peste negra, evento que teve impacto bastante negativo na inovação intelectual no período final da Idade Média.
A lista não é exaustiva. Outros nomes relevantes da ciência européia no período medieval incluem:
Beato Hermannus Contractus |
-- Beato Hermannus Contractus (1013–1054), matemático, astrónomo, teórico da música e compositor,
-- Jordanus de Nemore (por volta de 1200), frade dominicano e matemático, escreveu tratados sobre a ciência dos pesos; os algoritmos nos tratados de aritmética prática; aritmética pura; álgebra; geometria e projeçao estereográfica,
-- Theodoric de Freiberg (1250-1310), físico, autor de um tratado clave para o estudo do arco-irís e a difração da luz e a formação das cores
-- Thomas Bradwardine (1290–1349), matemático, físico e arcebispo de Cantuária, e
-- Nicolau de Cusa (1401-1464), cardeal, teólogo e filósofo marca o afastamento do pensamento medieval aristotélico-tomista e abre as portas para o Humanismo.
A lista foca os nomes da ciência na Europa de língua latina: não inclui, por exemplo, a ciência desenvolvida nos territórios sob domínio Árabe.
Para mais dados sobre o tema clique aqui: CIÊNCIA NA IDADE MÉDIA
ou também em INVENÇÕES NA IDADE MÉDIA
ou ainda em PROGRESSO NA IDADE MÉDIA
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