segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Dignidade pessoal nas categorias sociais

Bispo, fachada da catedral de Reims, França.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Havia na Idade Média uma forma de distinção própria a cada classe social, e condicionada à função de cada qual na sociedade.

Havia uma distinção eclesiástica, uma distinção aristocrática e uma burguesa.

É necessário não confundir a distinção, segundo a concepção medieval, com a dos tempos modernos.

No Ancien Régime, por exemplo, a distinção eclesiástica era ter o cabelo empoado, usar lencinho, e uma série de atitudes congêneres que davam idéia de um homem adamado, freqüentando a sociedade mundana.

Na Idade Média, pelo contrário, vemos o espelho da distinção eclesiástica nas imagens de bispos esculpidas nos portais das catedrais góticas.

Elas nos apresentam homens eretos, de porte firme, olhar profundo e simplicidade de maneiras.



Lápide funerária no túmulo de um nobre cavaleiro.
Catedral de Frankfurt
Mas ao mesmo tempo com racionalidade e nobreza, em tudo extraordinárias; verdadeiros pastores de almas, verdadeiros guias, príncipes na ordem do espírito, sem nenhuma preocupação de caráter mundano.

Eis o verdadeiro símbolo da distinção eclesiástica.

A distinção do nobre era uma distinção guerreira, porque a classe aristocrática era a classe militar.

A distinção do nobre consistia essencialmente em ser um batalhador corajoso, de peito aberto, olhar inflamado, atitude decidida.

A distinção plebéia, no fim da Idade Média, é a distinção do burguês: sério, calmo, bonachão, pensativo, de aspecto grave, colocado atrás de uma verdadeira tribuna, que era o seu balcão.

É a figura típica do burguês ou do artesão.

Esse modo de ser fazia parte da distinção burguesa.

São, como vimos, três estilos de vida, três funções diferentes na sociedade, dando origem a três tipos distintos.

Lápide sobre o túmulo de um casal burguês.
Catedral de Frankfurt
Porém todos eles, dentro dessas várias ordens, são proprietários das funções que ocupam, e nelas encarnam graus diferentes de distinção, personificando dessa forma os seus respectivos cargos.

Podemos assim ter uma idéia da variedade de tipos e da índole profunda que imperava no conjunto das instituições medievais.

Eram homens profundamente enriquecidos em sua dignidade pessoal, encarnando e personificando as posições que ocupavam.

Esta é uma das mais profundas razões da força e da solidez das instituições medievais.




(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, "A personalização dos cargos e a dignidade pessoal na Idade Média")




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Um comentário:

  1. Paz, cheguei agora e fiquei estasiado com a distinção do trabalho acho que o mérito seria de obra, uma riqueza que traz a realidade para quem desejar ver algo diferente da televisão. Agradeço como quem encontra uma jóia, uma porta para atravessar e enoctrar um jardim que se revela na história e por meio do trabalho que está sendo apresentado. Realmente sou grato e vou fazer mais uso deste espaço, será minha capela meu local de encontro com o passado onde minha fé se encontra com a fé de tantos cristãos que se serviram a história, deixo meu comentário cheio de gratidão e oro a Deus para que seu trabalho alimente e abra os olhos de mais gerações. Que essa semente germine e neste vasco campo que se abre de desinformação surja um belo jardim que jovens conheçam a verdade não a imagem do cinema. A paz seja contigo, que seu mérito tenha força de abalar ruir as barreira as estruturas que tenta conter a verdade que iluminou a era medieval.

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