segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Maravilhosa estabilidade do povinho medieval: trabalho sem pressa, sem aflição –crônicas da família

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









Em geral, as iluminuras da Idade Média representam um operário trabalhando no seu métier, uma dona de casa cozinhando ou costurando, ou um calígrafo no seu pupitre desenhando uma letra.

Em cima tem um passarinho, e o passarinho tem um rolinho de pergaminho no qual se encontra um trecho da Escritura, umas coisas assim.

Todos eles são representados com uma coisa que eu não me farto de admirar quando me cai debaixo dos olhos: o sossego, a estabilidade, a tranquilidade e o gosto de viver na repetição das mesmas coisas, no interior do mesmo ambiente, fazendo o mesmo trabalho que leva longos dias, meses e, às vezes, anos, executado sem pressa, contanto que ele saia perfeito.

Representa mais ou menos o que na ordem material representa a lei da gravidade. 

A lei da gravidade no campo artístico é uma coisa sem valor porque é a força que nos puxa para um elemento vil como é a terra. 

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Corporações: independência trabalhista e importância político-social

Preboste dos mercaderes e magistrados municipais de Paris
Preboste dos mercadores e magistrados municipais de Paris
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









“Para melhor se defenderem, e por um costume caro à época, os comerciantes medievais tinham o hábito de se associarem.

“Há no princípio, para os navios, o que se chama a “conserva”: dois ou mais navios decidem fazer juntos sua viagem, e esta decisão é objeto de um contrato, que não se rompe sem se expor a sanções e a uma multa.

“De outro lado, os comerciantes de uma cidade, onde quer que eles se encontrem, formam uma associação e elegem um representante seu para os administrar, e, se for necessário, assumir a responsabilidade ou a defesa de seus interesses.

“As ferrarias mais importantes têm um cônsul permanente — ou pelo menos durante a grande “estação” comercial, que vai de São João (24 de junho) a Santo André, em novembro — fiscalizando os armazéns.

“Marseille nos oferece o exemplo dessa instituição dos cônsules, comum nas cidades do Mediterrâneo, cujas decisões só podiam ser suprimidas pelo reitor da comuna e tinham até força da lei. Havia também cônsules na maior parte das cidades da Síria e do Norte da África, em Acre, Ceuta, Bougie, Túnis e nas Baleares.