Cavaleiro antes de aparecerem as armaduras: cota de malha, elmo, sobreveste, grevas e esporões. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Continuação do post anterior: Como se vestiam os medievais? – 1
É sabido, no entanto, que Luís, o Jovem, São Luís e Filipe Augusto se faziam notar pela sobriedade do traje, frequentemente mais simples que o dos seus vassalos.
No que respeita ao traje militar, cometeria um erro quem imaginasse o cavaleiro medieval sob as pesadas armaduras complicadas que se veem nos nossos museus.
Elas não aparecem antes do fim do século XIV, quando as armas de fogo requerem um aparelho defensivo aperfeiçoado.
Nos séculos XII e XIII, a armadura consiste essencialmente na cota de malha, que desce até pouco acima do joelho; e no elmo, pesado e maciço a princípio, que se aperfeiçoa e suaviza depois com viseiras e fitas sob o queixo, móveis e com nasal e frontal.
Para atenuar o brilho do lorigão ou cota de malha, passava-se uma sobreveste de tecido, pano fino ou outro. As grevas e esporões completavam a farpela.
Não é possível fazer melhor ideia da indumentária de guerra da época do que através da bela estátua do Cavaleiro de Bamberg, obra-prima de harmonia e máscula simplicidade.
Mas é necessário um esforço suplementar para reconstituir o espetáculo deslumbrante que deviam apresentar os exércitos de então, com essa multidão de cascos, lanças e espadas chamejando ao sol, a ponto de a sua reverberação ter sido muitas vezes uma causa de derrota para aqueles que se encontravam desfavoravelmente orientados.