Na Idade Média havia guerras de castelo a castelo, uma família entrava em luta com outra.
E isso causa uma sensação misturada de censura e admiração. Não é só de censura, mas também de admiração.
A censura se compreende facilmente: não se guerreia à toa, e sobretudo entre católicos.
Mas, a admiração de onde vem? Não se percebe logo qual é o fundo de admiração.
Ela vem exatamente desse ponto: que haja guerra privada é uma coisa péssima, porque não se compreende que as várias partes de um todo façam guerra entre si.
Mas a guerra de castelo a castelo, de família a família, era uma afirmação da solidariedade dos vários elementos componentes de uma família. Se um membro foi atingido, toda a família se mobiliza e vai combater a outra família, que, também ela, se defende.
Certos historiadores e pregadores de meia tigela vituperam esse costume. Mas, curiosamente, o acham bonito quando o contexto é emoliente e até imoral.