segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Na Idade Média houve uma explosão de liberdade, criatividade e progresso

Catedral de Strasbourg, França
Catedral de Strasbourg, França
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A Idade Média, impropriamente chamada "Idade das Trevas", foi uma das épocas de maior desenvolvimento e criatividade técnica, artística e institucional da História, escreveu o Prof. João Luís César das Neves, Professor Catedrático e Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa, no Diário de Notícias de Lisboa.

A Cristandade, explicou ele, gerou um surto de criatividade prática. Assim as realizações da Idade Média resultaram em melhorias da vida das aldeias, não em monumentos que os renascentistas poderiam admirar.

Relógio na catedral de Strasbourg
Relógio na catedral de Strasbourg
Os avanços conseguidos na chamada Idade das Trevas são impressionantes, todos dirigidos a melhorar a vida concreta: ferraduras, arado, óculos, aquacultura, afolhamento trienal, chaminé, relógio, carrinho de mão, etc.

A notação musical, arquitectura gótica, tintas a óleo, soneto, universidade, além das bases da ciência, a separação Igreja-Estado e a liberdade dos escravos são também criações medievais.

Ponte na cidade de Strasbourg
Ponte na cidade de Strasbourg
Em todos estes avanços, e muitos outros, têm papel decisivo mosteiros, conventos e escolas da catedral, bem como a confiança da teologia cristã no progresso, contrária à de outras culturas.

Depois a peste negra, a guerra e os déspotas iluminados, retornando à pilhagem clássica, destruíram esse florescimento e levaram os filósofos tardios a pensar ter descoberto o que os antepassados praticavam.

Nessa reconstrução perderam-se alguns elementos centrais da versão católica inicial.

Fac-símile da "Bíblia de São Luís" rei da França
Fac-símile da "Bíblia de São Luís" rei da França
Por exemplo, no século XII,

"cada vez que faziam ou reviam um orçamento era criado, com algum capital da empresa, um fundo para os pobres.

"Estes fundos aparecem registados em nome 'do nosso bom Senhor Deus' (...) quando uma empresa era liquidada, os pobres eram sempre incluídos entre os credores".



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