Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
As fotografias apresentam uma visão da cidadezinha de Genazzano, na Itália.
No centro, vêem-se o campanário e o corpo da igreja. Em torno dela, pode-se observar a localidade, que se "pendura" nas encostas de uma pequena montanha.
Chama a atenção o pitoresco do lugarejo, que foi outrora uma cidade fortificada, espécie de feudo dos príncipes Colonna.
No período das guerras feudais, teve que enfrentar várias dificuldades, diversos cercos. Em vista disso, a população procurava concentrar-se dentro da cidade, encostando-se as casas umas nas outras tanto quanto possível.
E como a fortificação, para defender-se com facilidade, localizava-se no alto da montanha, houve a necessidade de conceber as ruas o mais possível estreitas e com traçado sinuoso.
De maneira que é mais a rua adaptando-se ao modo pelo qual cada casa consegue pendurar-se no morro...
Daí o extremo pitoresco do urbanismo "genazzaniano", nascido organicamente das circunstâncias da época.
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As tortuosas ruas de Genazzano: o pitoresco e o original...
É interessante fazermos uma comparação entre esta cidadezinha medieval e o aspecto de uma cidade moderna.
Tal comparação ajuda a compreender a lógica do multissecular processo revolucionário.
À primeira vista, quem olhasse Genazzano poderia objetar:
"Aqui há um espaço mal aproveitado, a cidade não deveria ter sido construída nesse local.
As casas ficam se encostando, se acotovelando umas nas outras.
"A população fica mal servida quanto a espaços, as ruas são sinuosas, e portanto feias.
Não há um plano de conjunto.
Pelo contrário, caso se construa uma cidade dividida como um tabuleiro de xadrez, em quadradinhos, com espaço horizontal bem amplo, com grandes avenidas e um trânsito abundante passando por elas, a resultante será muito mais bela".
...contraste chocante com as avenidas de Brasilia e a monotonia de qualquer megalópole contemporânea.
Disso decorreria a banalidade que todos conhecemos.
Basta pensar um pouco nas grandes avenidas das megalópoles modernas e fazer a comparação com esta cidadezinha.
Genazzano é pitoresca, atrai por seu pitoresco e originalidade, cativando o observador a conhecê-la.
Pelo contrário, uma grande avenida, recurso urbanístico cosmopolita de qualquer megalópole do mundo atual, torna-se monótona, dando vontade de bocejar.
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 9/11/1988. Sem revisão do autor.
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