terça-feira, 24 de setembro de 2013

Como era o aprendizado universitário.
O ensino na Idade Média – 3


Os estudantes mais dotados tomam naturalmente o caminho da universidade.

Fazem a sua escolha segundo o ramo que os atrai, pois cada uma tem algo do que se pode considerar uma especialidade.

Em Montpellier, é a medicina. Desde 1181 Guilherme VII, senhor desta cidade, deu a qualquer particular — quem quer que seja, e venha de onde vier — a liberdade de ensinar esta arte, desde que apresente suficientes garantias de saber.

Orleans tem como especialidade o direito canônico, e Bolonha o direito romano.

Mas “nada se pode comparar a Paris”, onde o ensino das artes liberais e da teologia atrai os estudantes de todos os países – Alemanha, Itália, Inglaterra, e mesmo da Dinamarca ou Noruega.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Professores e alunos na escola.
O ensino na Idade Média – 2


Os mestres eram quase sempre secundados pelos estudantes mais velhos e mais formados, como atualmente no ensino mútuo. Diz Gilles de Muisit, lembrando as suas recordações de juventude:

“Que bela coisa ver a quantidade de aprendizes: habitavam desvãos e quartos, em comum, filhos de homens ricos e filhos de artesãos”.
De fato, nessa época as crianças de todas as “classes” da sociedade eram instruídas juntas, como o testemunha a anedota célebre de Carlos Magno sendo severo para com os filhos dos barões que se mostravam preguiçosos, ao contrário dos filhos dos servos e de pessoas pobres.

A única distinção estabelecida consistia nas retribuições: ensino gratuito para os pobres e pago para os ricos. 
Esta gratuidade podia prolongar-se por toda a duração dos estudos, e mesmo para o acesso ao ensino, uma vez que às pessoas que têm a missão de dirigir e tomar conta das escolas o concílio de Latrão proíbe “exigir dos candidatos ao professorado uma qualquer remuneração pela outorga da licença”.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

As crianças na escola.
O ensino na Idade Média – 1

Na Idade Média, como em todas as épocas, a criança vai à escola. Em geral, à escola da sua paróquia ou do mosteiro mais próximo.

Todas as igrejas agregam a si uma escola, pois o concílio de Latrão, em 1179, faz-lhes disso uma obrigação estrita.

É uma disposição corrente, ainda visível na Inglaterra, encontrar reunidos a igreja, o cemitério e a escola.

Frequentemente, são também as fundações senhoriais que asseguram a instrução das crianças: Rosny, uma aldeiazinha das margens do Sena, tinha desde o início do século XIII uma escola, fundada por volta do ano 1200 pelo seu senhor Guy V Mauvoisin.

Por vezes também, trata-se de escolas puramente privadas, quando os habitantes de um lugarejo associam-se para sustentar um professor encarregado de ensinar as crianças.

Um pequeno texto divertido conservou-nos a petição de alguns pais solicitando a demissão de um professor.

Não tendo sabido fazer-se respeitar pelos seus alunos, foi por eles desrespeitado, ao ponto de eles o picarem com os seus grafiones (eum pugiunt grafionibus), isto é, os estiletes com os quais eles escrevem nas suas tabuinhas revestidas de cera.