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domingo, 22 de dezembro de 2013
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Faça uma visita virtual à Catedral de Santiago de Compostela
A história da catedral de Santiago de Compostela começou pelo ano 813, quanto um eremita de nome Pelayo e alguns pastores se depararam com uma estranha luminosidade.
Aquela misteriosa luz se espalhava sobre um pequeno bosque perto de um morro chamado Libredón. A paisagem, em certos momentos, ficava tão clara que se parecia a um campo estrelado (Campus Stellae = Compostela).
Teodomiro, o bispo local, informado do estranho fenômeno, soube que a luz focara no chão uma antiga arca de mármore. Nela se teria encontrado os restos humanos que se dizia pertencer ao Apóstolo Santiago.
Segundo uma história antiga o Apóstolo decidiu evangelizar a Espanha, mas foi decapitado pelo rei Herodes Agripa na Palestina.
O corpo dele, então, foi lançado ao mar num barco no porto de Jaffa. Sem tripulação, sem leme, soprada só pelo vento, a nau aportou nas costas da Galícia, que os romanos chamavam de Finis Mundi.
Recolhida da praia, a arca fora enterrada num “compostum”, quer dizer um cemitério.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Uma gastronomia original foi nascendo em aldeias à sombra de castelos e abadias
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Paralelamente ao fervor religioso que deu origem às peregrinações na Idade Média, foram se formando aldeias pitorescas aos pés dos santuários voltadas, muitas vezes ao atendimento dos peregrinos, ou simplesmente vivendo da vida da abadia, do castelo ou do santuário.
Várias dessas aldeias depois deram origem a cidades até grandes como Munique, na Alemanha.
Um exemplo menor, porém cheio de autenticidade e muito conservado até hoje é a charmosa aldeia construída colada ao Monte São Miguel,.
Toda a população do povoado (nunca foi grande, e ainda hoje contém menos de 100 pessoas) sempre teve sua vida voltada para o acolhimento dos peregrinos dos tempos remotos e dos turistas na atualidade.
No século XIX houve um reafervoramento desse espírito religioso e das peregrinações, tendo como conseqüência dois subprodutos culturais na região: as famosas omeletes da Mère Poulard e a carne de cordeiro pré-salgada.
Quanto à carne de cordeiro pré-salgada, é assim chamada porque os rebanhos de ovelhas que se criam junto ao Monte São Miguel alimentam-se de capim regularmente banhado pelas águas salgadas do mar.
Os animais — trata-se de uma variedade da raça Suffolk — crescem então com uma carne rica em sal e iodo, muito apreciada pelos gastrônomos.
A alimentação medieval, assim como as vestimentas, casas e tudo o que é necessário para a existência humana desconhecia a produção industrial de massa.
Tratava-se para cada região de viver com o que fornecia a natureza circundante.
O desejo das coisas nobres e requintadas continuamente alimentado pela Igreja, fazia que camponeses, artesões, donas de casa, em suma, todos os membros de uma mesma comunidade, estivessem sempre a procura de melhorar e requintar os elementos naturais de que dispunham na região.
Assim nasceram incontáveis maravilhas da gastronomia que até hoje turistas e importadores tentam saborear ou comerciar.
A simples mas deliciosa omelette da Mère Poulard, ou as carnes dos cordeiros e ovelhas do Monte Saint-Michel são um modesto e suculento exemplo.
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terça-feira, 2 de julho de 2013
Melhores vinhos modernos: herdeiros das abadias medievais
Abbaye Sylva Plana, Le Songe de l'Abbé, faugères; Domaine de l'abbaye du Petit Quincy, chablis; Le Clos du Cellier aux Moines Fundo: antiga abadia de Paray-le-Monial |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Os vinhedos da Gália do tempo dos romanos – que inclui a França, mas partes de outros – foram plantados pelos legionários durante suas guerras de conquista no século I.
Eles tinham uma muito grande sofisticação na produção, escreveu o especialista em vinhos Marcel Larchiver em seu livro de referência “Vinhos, vinhas e vinhateiros”:
“Para os romanos, o vinho era ao mesmo tempo um objeto de comércio e de luxo, mas também um néctar divino do qual lhes parecia impossível renunciar. Por isso, o vinhedo era rodeado de todos os cuidados”.
Porém, o Império Romano veio abaixo no século V e a anarquia e os saques das hordas bárbaras destruiram a plantação.
Foi nessa época de caos, morte e destruição que se desenvolveu o apostolado da Igreja Católica.
Já desde o século IV a Igreja estimulava o desenvolvimento das vinhas. Em primeiro lugar porque o vinho era necessário para a consagração na Missa e para a Comunhão.
Os bispos fundaram importantes vinhedos, e esta obra contribuiu a fortalecer sua imagem ante o povo.
Mas vieram também os mosteiros. Na França medieval havia mais de um milhar de mosteiros masculinos entre os quais 250 abadias cistercienses e mais de 400 abadias beneditinas.
O vinho também era necessário para fortalecer os numerosos peregrinos que batiam nas portas das abadias para pedir hospedagem e alimentação gratuita após longas jornadas de caminhada.
O vinho que os medievais apreciavam também tinha efeitos benéficos para a saúde e era usado para tratar os doentes.
A abadia de Cîteaux foi fundada em 1098 e adquiriu em 1100 um terreno então desconhecido, mas onde hoje se faz o famosíssimo Vougeot. Ali, os monges plantaram uma vinha hoje universalmente cobiçada.
Abbaye de Valmagne, Coteaux du Languedoc; Domaine da abadia du Petit Quincy; Corbières Deo Gratias, abadia de Corbières. Fundo: abadia na Aquitânia |
Nasceu assim o Clos (fechado) de onde o nome Clos Vougeot.
Os leigos intercalavam as vinhas com árvores frutíferas para completar os lucros.
Mas, os monges interditaram absolutamente esse costume para não empobrecer a terra e evitar a sombra sobre as uvas.
Eles se empenharam em selecionar as melhores cepas, requintar o processo de vinificação e definir os melhores locais.
Nasceram assim mais de uma centena de “appellations” francesas que são de origem puramente monástico.
Os monges viajavam muito e trocavam informações sobre técnicas por via oral, por isso faltam registros sobre o assunto.
Eles ensinavam aos populares como fazer sem receber nada em troca, salva a gratidão que o povo foi manifestando a seus benfeitores.
O prestígio dos vinhedos monacais atravessou as fronteiras francesas. Um certo Dom Denise, monge italiano ingressou num mosteiro da Borgonha só para roubar o segredo do vinho.
O fruto de sua espionagem ficou registrado numa “Memória” que acabou sendo descoberta numa biblioteca de Florença há uma década.
O documento demostra que os eclesiásticos reclusos haviam desenvolvido a ponta da técnica e que seus métodos não perderam um milímetro de atualidade.
Le Clos du Cellier aux Moines; Abbaye de Valmagne, Coteaux du Languedoc; Deo Gratias, abadia de Corbières; Abbaye Sylva Plana, Le Songe de l'Abbé. Fundo: abadia de Royaumont, Ile de France. |
Porém, a torpeza da Revolução Francesa golpeou a própria base desta paciente construção: a propriedade.
As abadias de Cluny e Cîteaux foram arrasadas e todos os bens da Igreja foram confiscados, depredados e vendidos a vil preço.
Alguns desses vinhedos haviam sido vendidos a particulares em tempos anteriores em circunstâncias diversas.
Foi o caso do vinhedo que produz um vinho cujo simples nome faz sonhar os especialistas: o de Romanée cedido em 1631, e o de Clos de Bèze em 1651.
Ainda hoje há vinhos abaciais produzidos por sucessores dos compradores dos vinhedos monásticos durante os desmandos democráticos revolucionários.
Os dias atuais exigem objetivos de rentabilidade que nem passavam pela cabeça dos monges que aspiravam à eternidade.
Mas, o exemplo dos religiosos medievais ainda exerce boa influência.
Como diz um dos atuais proprietários, citado por “Le Figaro”: “num local como este não há opção: nós temos a obrigação de fazer o melhor”.
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Tirol: tesouro da Europa central, seriedade, inocência e contemplação
Roupas típicas do Tirol |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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A cidade medieval estava profundamente impregnada pela vida do campo.
Não havia conflito mas sim armonia profunda entre uma e outra.
Estando na Alemanha, em certa ocasião, vi alguns tiroleses andando pela Baviera.
Ainda conservo na retina um homem, observado por mim naquela ocasião, qüinquagenário, usando um chapeuzinho meio esverdeado, encimado por uma peninha — o que indicava estar ele disposto a dedicar-se a alguma atividade atlética no campo — envergando roupa que não tinha nada de esportiva no sentido atual do termo, embora fosse uma veste de campo: um paletozão pesado, de boa qualidade, meias de lãs grossonas, enfim, tecidos preciosos quanto à durabilidade.
Vê-se que aquela vestimenta fora confeccionada para durar muitos anos...
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