Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Na vida medieval não existia antagonismo entre o campo e a cidade. A cidade estava integrada na vida rural como uma cereja no chantilly.
No século XIII São Tomás de Aquino ensinava que a cidade tem um limite a partir do qual ele fica grande demais.
Qual é?
No momento que desde algum local da cidade não se enxergasse a natureza, a cidade tinha atingido o seu tamanho máximo.
Por isso havia uma proporcionalidade e uma integração notável entre o campo e a cidade.
Com toda naturalidade, uma pessoa passeando pela cidade acabava chegando ao campo e prolongando o passeio pela natureza vizinha.
Da mesma maneira o camponês entrava e saia da cidade para suas necessidades.
Na cena acima temos uma cena da vida pastoral. É o tempo da colheita. Homens e mulheres estão engajados, pois há muito para colher.
No fundo vê-se a cidade tão bonitinha que se diria de conto de fadas. As construções são sólidas em pedra e as agulhas sobem muito alto. O sino marca as horas e ouve-se à distância.
No alto do morro há um moinho que aproveita o vento para gerar trabalho, pelo geral moer o trigo para fazer a farinha, ou bombear água.
Com que amor pelas coisas do campo o desenhista representou a natureza! Essas árvores quase que se diriam árvores do Paraíso!
A vegetação evidentemente está estilizada; os cordeirinhos estão postos para enfeitar.
Os camponeses mais uma vez aparecem como gente gorda, forte.
É assim que incontáveis desenhos do tempo apresentam os camponeses, em livros muitas vezes destinados para bibliotecas municipais e serem folheados e vistos pela plebe.
Eles eram desenhados por gente da plebe, porque os autores de iluminuras em geral eram plebeus.
Muitas vezes eram filhos desses camponeses, ou tinham sido camponeses eles próprios.
Em tudo vê-se a alegria, a inocência, a satisfação, a despreocupação da vida campestre medieval.
A cena seguinte é de mais um almoço popular.
Pelo traje vê-se que são plebeus. Estão sentados numa espécie de taverna ao ar livre.
No fundo um sujeito enche os canecos com cerveja ou vinho que o garçom leva para os consumidores nas mesas.
Na cena da taverna aparecem dois andares.
Em cima estão o andar dos fregueses, ao que parece catando os vinhos. Embaixo está a adega.
O fornecedor também tem um guiché ao lado por onde passa para os servidores os líquidos que vão ser servidos em cima.
Os plebeus estão vestidos com abundância de panos.
Era preciso realmente que o pano não fosse caro nessa época para eles terem tanto tecido para gastar.
Eles bebem de bom grado, que jeito de pessoas satisfeitas da vida eles dão!
É cena tipicamente plebeia.
Não espanta que os clientes sejam gordos, mas não são só eles, até o servidor é gordo e está satisfeitão.
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