Tanoeiros fazendo pipas, vitral da catedral de Chartres |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Além do comércio, o elemento essencial da vida urbana é o ofício.
A forma como foi compreendido na Idade Média, como se regulou o seu exercício e as suas condições, mereceu reter particularmente a atenção da nossa época, que vê no sistema corporativo uma solução possível para o problema do trabalho.
Mas o único tipo de corporação realmente interessante é a corporação medieval, tomada no sentido lato de confraria ou associação de ofício, logo alterada sob pressão da burguesia.
Os séculos seguintes não conheceram dela senão deformações ou caricaturas.
Não poderíamos definir melhor a corporação medieval do que vendo nela uma organização familiar aplicada ao ofício.
Ela é o agrupamento, num organismo único, de todos os elementos de um determinado ofício: patrões, operários e aprendizes estão reunidos, não sob uma autoridade dada, mas em virtude dessa solidariedade que nasce naturalmente do exercício de uma mesma indústria.
Como a família, ela é uma associação natural, não emana do Estado nem do rei.