Bispo, fachada da catedral de Reims, França. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Havia na Idade Média uma forma de distinção própria a cada classe social, e condicionada à função de cada qual na sociedade.
Havia uma distinção eclesiástica, uma distinção aristocrática e uma burguesa.
É necessário não confundir a distinção, segundo a concepção medieval, com a dos tempos modernos.
No Ancien Régime, por exemplo, a distinção eclesiástica era ter o cabelo empoado, usar lencinho, e uma série de atitudes congêneres que davam idéia de um homem adamado, freqüentando a sociedade mundana.
Na Idade Média, pelo contrário, vemos o espelho da distinção eclesiástica nas imagens de bispos esculpidas nos portais das catedrais góticas.
Elas nos apresentam homens eretos, de porte firme, olhar profundo e simplicidade de maneiras.
Lápide funerária no túmulo de um nobre cavaleiro. Catedral de Frankfurt |
Eis o verdadeiro símbolo da distinção eclesiástica.
A distinção do nobre era uma distinção guerreira, porque a classe aristocrática era a classe militar.
A distinção do nobre consistia essencialmente em ser um batalhador corajoso, de peito aberto, olhar inflamado, atitude decidida.
A distinção plebéia, no fim da Idade Média, é a distinção do burguês: sério, calmo, bonachão, pensativo, de aspecto grave, colocado atrás de uma verdadeira tribuna, que era o seu balcão.
É a figura típica do burguês ou do artesão.
Esse modo de ser fazia parte da distinção burguesa.
São, como vimos, três estilos de vida, três funções diferentes na sociedade, dando origem a três tipos distintos.
Lápide sobre o túmulo de um casal burguês. Catedral de Frankfurt |
Podemos assim ter uma idéia da variedade de tipos e da índole profunda que imperava no conjunto das instituições medievais.
Eram homens profundamente enriquecidos em sua dignidade pessoal, encarnando e personificando as posições que ocupavam.
Esta é uma das mais profundas razões da força e da solidez das instituições medievais.
(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, "A personalização dos cargos e a dignidade pessoal na Idade Média")
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