Bruges: nasceu sobre uma ponte do castelo |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O renascimento comercial e industrial dos séculos IX e X atraiu o reagrupamento de grupos de pessoas junto às residências senhoris ou episcopais, como no caso de Bruges, hoje importante cidade da Bélgica.
Jean Lelong, cronista de Saint-Bertin, retrata no século XII, o nascimento da cidade de Bruges, dois séculos antes:
“(Balduíno I construiu uma muralha para proteger sua residência dos piratas normandos). Posteriormente, para atender as necessidades dos residentes na fortaleza começaram a chegar negociantes que se instalaram diante da porta de entrada e da saída do castelo.Muitos centros episcopais e mosteiros que possuíam relíquias milagrosas estiveram na origem de cidades.
“Quer dizer, após os comerciantes de artigos caros, vieram logo a seguir: os taverneiros; os hoteleiros que forneciam refeições e abrigo para os negociantes que, por sua vez, vinham a tratar frequentes vezes com o Senhor e ainda o fazem até o presente; os construtores de casas e pousadas para os que não eram hospedados no interior do castelo. A fórmula de todos era: “Vamos para a ponte”, porque “brugghe” significa ponte no vernáculo.
“A população cresceu tanto que logo surgiu uma cidade importante que até hoje conserva seu nome popular de ponte, ou Bruges.”
Ao relatar a peregrinação de Saint-Trond, Bélgica, (São Trudo em português; e Sint-Truiden em flamengo), no século XI, o abade Rudolph nos fornece implicitamente o processo de formação de uma dessas cidades:
Saint-Trond nasceu em volta do santuário do santo |
“O que ainda contribuiu para aumentar as riquezas foi o túmulo de São Trudo, onde ele se mostrava diariamente com brilho por meio de numerosos milagres, cuja eco era tão espalhado pelo mundo afora que nem o terreno da abadia, ou até mesmo no território de nossa cidade eram suficientes para conter a multidão de peregrinos.
“De fato, até cerca de meia milha em volta da cidade, em todas as estradas que convergiam a ela, e também através dos campos e prados, uma massa de peregrinos ‒ nobres, homens livres e servos ‒ reuniam-se todo dia, e mais especialmente nas festas.
“Aqueles que por causa da multidão não conseguiam encontrar um lugar nos lares dos habitantes da cidade dormiam em tendas ou em abrigos improvisados com paus e panos. Ter-se-ia a impressão de que eles se tinham estabelecido em volta da cidade para sitiá-la.
“Acrescentai a isso um grande número de comerciantes que, com seus cavalos, carruagens, carroças e bestas de carga apenas conseguiam satisfazer as necessidades da multidão dos romeiros.
“E o que dizer das oferendas feitas ao altar?
“Tudo isto sem mencionar os animais de carga, cavalos, bois, vacas, porcos, ovelhas e carneiros que eram trazidos em quantidades inacreditáveis...”
(Fonte: “Documentation Historique” No. 28, 17/04/1970)
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