segunda-feira, 27 de julho de 2020

A corporação medieval no governo da cidade:
genuína democracia

Autoridades da corporação dos comerciantes de Paris em 1611. O chefe desta corporação passou a ser prefeito da cidade
Autoridades da corporação dos comerciantes de Paris em 1611.
O chefe desta corporação passou a ser prefeito da cidade
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





A influência das corporações é tal na cidade, que acabam por desempenhar um papel político.

Em algumas cidades, como Marselha, os delegados dos ofícios tomam parte efetiva na direção dos assuntos comunais.

Fazem parte compulsivamente do conselho geral, nenhuma decisão que toque os interesses da cidade pode ser tomada sem eles, escolhem semanalmente os “semaneiros” que assistem o reitor, e sem os quais não se pode tomar deliberação.

Repetindo a expressão do historiador da comuna de Marselha, M. Bourrilly, os chefes de ofício eram “o elemento motor” da vida municipal, e poder-se-ia dizer que Marselha teve no século XIII um governo de base corporativa.

A confraria, que existe um pouco por toda parte, tem origem religiosa.

Mesmo onde o ofício não está organizado em mestria ou confraria (jurande), é um centro de entreajuda.

Entre os encargos que pesam regularmente sobre a caixa da comunidade, figuram em primeiro lugar as pensões dadas aos mestres idosos ou enfermos, e durante o tempo de doença e de convalescença as ajudas aos membros doentes.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Independência das corporações (sindicatos) medievais

O controle de qualidade e os julgamentos eram feitos por autoridades da própria corporação
O controle de qualidade e os julgamentos
eram feitos por autoridades da própria corporação
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O exercício de cada ofício era objeto de uma regulamentação minuciosa, que tendia antes de tudo a manter o equilíbrio entre os membros da corporação.

Nada mais contrário ao espírito das antigas corporações do que o aprovisionamento, a especulação ou os nossos modernos trusts.

Qualquer tentativa para tomar um mercado, qualquer esboço de entendimento entre alguns mestres em detrimento dos outros, qualquer manobra para monopolizar uma excessiva quantidade de matérias-primas, eram severamente reprimidas.

Era também implacavelmente punido o ato de desviar para seu proveito a clientela de um vizinho, o que nos nossos dias se chamaria abuso da publicidade.

A concorrência existia, mas restrita ao domínio das qualidades pessoais.

A única forma de atrair um cliente era fazer melhor, mais acabado e mais cuidado, por preço igual ao do vizinho.