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| Orvieto, parada na festa de Corpus Christi: bandeiras das corporações de sapateiros e açougueiros |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Para melhor se defenderem, e por um costume caro à época, os comerciantes têm o hábito de se associarem.
Há no princípio, para os navios, o que se chama a “conserva”: dois ou mais navios decidem fazer juntos sua viagem, e esta decisão é objeto de um contrato, que não se rompe sem se expor a sanções e a uma multa.
De outro lado, os comerciantes de uma cidade, onde quer que eles se encontrem, formam uma associação e elegem um representante seu para os administrar, e, se for necessário, assumir a responsabilidade ou a defesa de seus interesses.
As ferrarias mais importantes têm um cônsul permanente — ou pelo menos durante a grande “estação” comercial, que vai de São João (24 de junho) a Santo André, em novembro — fiscalizando os armazéns.
Marseille nos oferece o exemplo dessa instituição dos cônsules, comum nas cidades do Mediterrâneo, cujas decisões só podiam ser suprimidas pelo reitor da comuna e tinham até força da lei.
Havia também cônsules na maior parte das cidades da Síria e do Norte da África, em Acre, Ceuta, Bougie, Túnis e nas Baleares.
Juntamente com o comércio, o elemento essencial da vida urbana é o artesanato.
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| Pisa: cidade marinheira livre. Os sindicatos ditavam suas leis e justiça |
Mas o único tipo de corporação realmente interessante é a corporação medieval, tomada no sentido lato de confraria ou associação de ofício, e além disso alterada em boa hora sob a pressão da burguesia.
Os séculos seguintes só conheceram as suas deformações ou caricaturas.
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| Castello dei Conti: cidades orgulhosas de sua desigualdade |
Ela é o agrupamento, num organismo único, de todos os elementos de um ofício determinado.
Patrões, operários e aprendizes estão reunidos, não sob uma autoridade qualquer, mas em virtude dessa solidariedade que nasce naturalmente do exercício de uma mesma indústria.
Como a família, ela é uma associação natural, não emana do Estado nem do rei.
Quando São Luís manda a Etienne Boileau redigir o “Livro dos ofícios”, é somente para registrar os usos já existentes, sobre os quais sua autoridade não intervém.
O único papel do rei frente à corporação, como em todas as instituições de direito privado, é de controlar a aplicação legal dos costumes em vigor.
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| Fieschi (Itália): nenhuma cidade era igual a outra, mas todas estavam impregnadas do espírito de família |
Eis o seu caráter essencial, que será conservado até o fim do século XV.
Todos os membros de um mesmo ofício fazem parte da mesma corporação, mas nela não desempenham o mesmo papel.
A hierarquia vai dos aprendizes aos mestres-jurados, formando o conselho superior da corporação.
(Fonte: Régine Pernoud, “Lumière du Moyen Âge”, Bernard Grasset Éditeur, Paris, 1944)
"Sbandieratori" da cidade de Asti: exemplo da vida popular medieval
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Very informarive, Professor. All your publications are very useful for me as a Prof. of Medieval in two universities, in Lisbon, Portuigal.. Thank you so much.
ResponderExcluirÉ muito lindo
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