segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Dignidade sobrenatural do professor medieval

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Como era a sacralidade de um homem que exercia uma profissão civil na Idade Média – por exemplo, o habitante da cidade?

Na ordem medieval, a mais bela condição civil para o homem era ser professor universitário.

Porque o professor universitário era uma espécie de cavaleiro andante no mundo do pensamento.

Ele ia refutar os sofismas abomináveis, esmagar os hereges, mostrando que estavam falsos nisso, naquilo, naquilo outro, e passava a vida pensando nisto e combatendo os inimigos de Cristo com o pensamento.

O arquétipo do professor e mestre é São Tomás de Aquino. Na Idade Média ele era um ideal que muitos professores universitários procuravam seguir.

O professor universitário não vara com a espada os inimigos da fé como faz o cavaleiro.

Mas vara com a argúcia da inteligência os erros contrários à fé, e forma alunos que são por sua vez capazes de perfurar as heresias, e assim construir as muralhas de pensamento que defendem a fé.

Então, ele é mais ou é menos do que o guerreiro?

Em geral as iluminuras da Idade Média representam um operário trabalhando no seu métier, uma dona de casa cozinhando ou costurando, ou um calígrafo no seu pupitre desenhando uma letra.

Em cima tem um passarinho com um rolozinho de pergaminho meio desenrolado no qual se encontra um trecho da Escritura.

O professor é representado com uma coisa que eu não me farto de admirar: o sossego, a estabilidade, a tranquilidade e o gosto de viver na repetição das mesmas coisas, no interior do mesmo ambiente, fazendo o mesmo trabalho que leva longos dias, meses, e às vezes anos, executado sem pressa, contanto que saia perfeito.

Representa mais ou menos o que na ordem material representa a lei da gravidade.

Sem a gravidade o mundo todo estaria louco. E sem este gênero de gente o mundo enlouqueceria.



(Autor: Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, 28/2/91. Sem revisão do autor)


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2 comentários:

  1. Ramona Ortiz dos Santos16 de junho de 2016 às 09:34

    Bom dia!
    Achei uma leitura interessante.

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  2. Sensacional, inspirador para esta geração de professores que perderam o prazer de estar em sala de aula.

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