terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Alemães lotam festival para voltar por um instante à Idade Média
A Idade Média fascina a muitos alemães, informou a rádio oficial alemã Deustche Welle.
Em Colônia, por exemplo, um festival reúne fãs e curiosos que comem, vestem-se e se divertem como se vivessem no mundo medieval.
“O cheiro de carne assada se mistura com a música tocada por harpas, violinos e tambores de uma era remota e ao tilintar das correntes, descreve a rádio alemã.
“A viagem ao passado começa já na bilheteria, onde os modernos euros são trocados por moedas medievais.
“A maioria dos funcionários e visitantes veste trajes medievais. E assim, de um instante para outro, você está na Idade Média”.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Os privilégios do Vale do Roncal, exemplo de sociedade orgânica não planificada – 4
A origem do Tributo
As executórias do Vale descrevem este velho direito com as seguintes palavras:
“Não é fácil que em Navarra, e em algum outro reino ou província, encontre-se honra tão singular como a que reside no Vale de Roncal de receber o tributo desde tempo muito antigo (dos habitantes) do Vale de Baretous, seus vizinhos, vassalos do Rei Cristianíssimo (da França), de três vacas da mesma dentadura, pelagem e cornadura, que entregam todos os anos no limite, confim e divisão dos dois reinos; e o preito de homenagem que lhe prestam os de Baretous de manter paz e subordinação aos roncaleses; e se em alguma ocasião foi-lhes recusada alguma das três vacas por defeito de uma das três qualidades, foram substituídas de noite na praça de Isaba, evitando a vergonha de serem vistos nessa ação, sem que o préstimo que os franceses tiveram na Espanha pudesse obter-lhes a dispensa de tributo tão notável”.
terça-feira, 30 de outubro de 2012
A despedida dos mortos aguardando reencontrá-los na Ressurreição
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Quando um membro da família senhorial vinha a falecer, era exposto na grande sala do castelo, revestido com seus mais belos ornamentos, e, freqüentemente, embalsamado.
O luto era caracterizado pela cor violeta, e mais raramente pelo preto.
Mas a viúva guardava-o habitualmente de branco, à imitação das Rainhas, às quais a etiqueta prescreve esta cor, o que explica às Rainhas-mães o titulo de 'reines-blanches'.
O caixão, recoberto de damasco dourado ou de tecido vermelho, era conduzido à igreja, não sobre os ombros de servidores ou aldeões, mas sobre os dos mais próximos parentes e dos principais vassalos.
Quando transladaram à França o relicário com os ossos de São Luis, morto em Tunis, ele foi levado até Saint-Denis por Philippe le Hardi, filho do defunto.
Os nobres carregadores vestiam, para a ocasião, longas túnicas negras com capuz, e receberam a denominação de 'pleurants'.
Acontecia de o corpo ser seguido por um personagem, que, por seus trajes, maquilagem, modo de andar e atitudes, esforça-se por se assemelhar ao senhor defunto .
Quanto aos túmulos edificados sobre a sepultura, no coro ou nas criptas da capela ou igreja, são todos, ou quase todos, do mesmo modelo: o gisante.
Ou seja, a estátua do falecido, deitada sobre a laje funerária.
Estes túmulos são também inspirados em convenções que permitem reconhecer, num olhar, certos detalhes da existência do morto.
Se o cavaleiro pereceu em campo de batalha, o escultor o representa completamente armado, espada desembainhada na mão direita, escudo à esquerda e os pés apoiados sobre o flanco de um leão deitado.
Se morreu no leito, é figurado de cabeça descoberta, sem cinto, sem espada nem escudo, tendo os pés um galgo.
Uma grade de ferro em torno da estátua, indicava que o senhor morreu no cativeiro.
Quanto às damas, sua efígie as mostra de vestido longo, mãos postas, os pés sobre o flanco de um cão, símbolo da fidelidade conjugal.
Só os muito altos senhores tinham o direito de se fazerem representar em mármore, pois este era ainda, na Idade Média, um material muito custoso e raro.
Os nobres de menor hierarquia deviam contentar-se com um gisante de pedra, do qual só o rosto e as mãos são de mármore.
Os burgueses não tinham direito senão à pedra.
(Autor : Alfred Carlier, « Sous les Voútes dos Cháteaux-Forts -- La Vie Féodale », Editions Desoer, Liège, pp. 147 a 150)
GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS ORAÇÕES CONTOS SIMBOLOS
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Os privilégios do Vale do Roncal, exemplo de sociedade orgânica não planificada – 3
Outros privilégios do Vale, como a isenção do serviço militar fora de suas fronteiras e o livre comércio com a França, não subsistem hoje, se bem que tenham sido os roncaleses os últimos a perdê-los.
A liberdade de alfândegas com a França encontra-se reduzida atualmente ao dia de Ernaz ou do Tributo das Três Vacas.
Quanto à isenção do serviço militar ordinário, permaneceu para os roncaleses por mais tempo que para o Reino da Navarra. Por Real Cédula de Carlos III, em 1773, estabeleceu-se o sorteio e recrutamento em Navarra, apesar dos protestos da Deputação, que denunciou o contraforo.
Os roncaleses, por sua parte, amotinaram-se contra o acordo do Real Conselho que pretendia incluí-los, e negaram-se a renunciar seus privilégios, até conseguirem que se revogasse o acordo.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Os privilégios do Vale do Roncal, exemplo de sociedade orgânica não planificada – 2
No ano do Senhor de 785 foi muito comentada a passagem que Abderraman, o grande rei de Córdoba, fez dos Pirineus pelas marcas de Aragão, com seu exército mouro.
Fugitivos horrorizados chegaram então a Roncal contando as crueldades e extermínio que na sua passagem deixavam aqueles selvagens da África.
Os mouros chegaram até Toulouse naquela sangrenta expedição, bem dentro da Gália.
À volta decidiu o rei mouro fazê-la pelos passos do Val-de-Roncal, castigando simultaneamente os habitantes do Vale que tinham escorraçado até então todas as incursões muçulmanas.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Os privilégios do Vale do Roncal, exemplo de sociedade orgânica não planificada – 1
Brasão do Vale do Roncal, Navarra, Espanha |
É curioso que enquanto sua mais remota epopéia bélica cobre-se com as brumas do mito e da legenda até o ponto de fazer os eruditos hesitarem a respeito de quando aconteceram os feitos, os privilégios derivados daqueles feitos conservam-se até nossos dias com uma vigência concretíssima, excepcional nos tempos presentes.
Dois são esses privilégios ainda atuais, recordações de outras tantas batalhas legendárias.
O primeiro consiste em que todos os roncaleses são nobres 'cavaleiros, fidalgos e infanções' com direito a usarem como próprio o escudo do Vale, de tal modo que para alguém ser armado cavaleiro das ordens militares, ainda hoje basta provar que seu sobrenome é roncalés para ficar demonstrada a nobreza do mesmo.
domingo, 29 de julho de 2012
Forte do Relógio: jóia da Veneza medieval
O Forte do Relógio, constrúido por Codussi entre 1496 e 1499, é um dos monumentos arquitetônicos mais fotografados de Veneza.
O enorme quadrante situado sobre a porta de entrada da torre é uma obra-prima mecânica do final do século XV, construído por Giampaolo e Giancarlo Ranieri, artistas nascidos em Parma. O engenhoso aparelho indica as estações do ano, as horas e as fases da lua.
O edifício que figura nesta contracapa é um dos prédios mais famosos de Veneza.
Possui ele um corpo central, denominado Forte do Relógio. De cada lado há três andares que formam uma como que moldura -- muito bonita, mas discreta -- para a torre.
A torre foi concebida para ser uma homenagem a Nossa Senhora. Em sua parte mais visível vê-se uma imagem da Mãe de Deus com o Menino Jesus.