Uma feira franca em Gand. Félix de Vigne (1806-1862), Musée des Beaux-Arts de Gand |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A partir da época em que cessam as invasões, a vida transborda os limites do domínio senhorial.
O solar começa a não se bastar mais a si próprio, toma-se o caminho da cidade, o tráfego organiza-se, e em breve, escalando as muralhas, surgem os subúrbios.
A partir do século XI, é o período de grande atividade urbana.
Dois fatores da vida econômica até então um pouco secundários, o ofício e o comércio, vão adquirir uma importância de primeiro plano.
Com eles crescerá uma classe, a burguesia, cuja influência será capital para os destinos da França, ainda que o seu acesso ao poder efetivo date apenas da Revolução Francesa, da qual será a única a tirar benefícios reais.
Pelo menos o seu poder vem de muito mais longe, porque desde a origem ela ocupou um lugar preponderante no governo das cidades.
E os reis apelavam voluntariamente aos burgueses governantes das cidades como conselheiros, administradores e agentes do poder central, nomeadamente a partir de Filipe, o Belo.