terça-feira, 28 de junho de 2016

Como comiam os medievais

Refeição num lar nobre
Refeição num lar nobre
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A maior parte dos pratos não são postos em cima da mesa. As carnes põem-se num pequeno trinchante, e o mesmo se passa com as bebidas.

O escudeiro trinchador, em geral um jovem gentilhomem, tem a função de cortar para cada convidado porções de carne. Nos romances de cavalaria — como Jean de Dammartin et Blonde d'Oxford, obra de Beaumanoir — o cavaleiro servidor da dama cumpre esse papel.

Depõem-se os pedaços diretamente sobre o prato ou sobre fatias de um pão especial, conhecido como pão de trinchar, mais compacto que o pão corrente.

Este costume subsistiu em algumas regiões de Inglaterra, onde os pratos de carne não aparecem à mesa.

Com relação às bebidas, os jarros que as contêm estão sobre um aparador, e o copeiro enche jarros e taças uns após outros, à vontade dos convivas.

terça-feira, 14 de junho de 2016

As refeições medievais: imensa variedade
aproveitando os recursos regionais

Peregrinos rumo a Compostela sentados na mesa de uma taverna da estrada
Peregrinos rumo a Compostela sentados na mesa de uma taverna da estrada
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs



O regime geral das refeições variava muito com as regiões, estando muito mais dependente dos recursos locais do que hoje em dia.

É certo que as trocas eram numerosas, mais extensas do que se poderia acreditar, uma vez que os figos de Malta e a uva da Armênia eram apregoados em Paris.

Os comerciantes italianos e provençais traziam para as grandes feiras da Champagne e da Flandres os produtos exóticos.

Num plano mais restrito, os mercados atraíam negociantes de quase todas as regiões de França.

Mas essas trocas eram naturalmente menos generalizadas do que nos nossos dias, e se excetuarmos o movimento comercial criado em torno do castelo senhorial, vivia-se no campo à base das produções locais.

Não eram utilizados processos de cultura artificiais para fazer avançar as estações.

Por outro lado, os dias de jejum e abstinência eram muito numerosos, e a alimentação mudava de época para época muito mais do que hoje em dia.

Durante toda a Quaresma, compunha-se unicamente de legumes, peixes e caças de água, temperados com azeite.

O mesmo acontecia nas vigílias ou nas vésperas de dias santos, significando uma quarentena de dias por ano.