terça-feira, 8 de setembro de 2015

Europa saiu do caos quando as famílias se apropriaram indissoluvelmente da terra

Casas camponesas em Veules-les-roses, Normandia
Os antepassados foram piratas, os filhos deitaram raízes da terra e forjaram uma civilização.



E foi assim que se formou a França, obra desses milhares de famílias obstinadamente fixadas ao solo, no tempo e no espaço.

Francos, borguinhões, normandos, visigodos, todos esses povos móveis, cuja massa instável faz da Alta Idade Média um caos tão desconcertante, formavam desde o século X uma nação solidamente ligada à sua terra, unida por laços mais seguros que todas as federações cuja existência se proclamou.

O esforço renovado dessas famílias microscópicas deu origem a uma vasta família, um macrocosmo, cuja brilhante administração a linhagem capetiana simboliza maravilhosamente, conduzindo durante três séculos de pai para filho, gloriosamente, os destinos da França.

É certamente um dos mais belos espetáculos que a história pode oferecer, essa família sucedendo-se em linha direta acima de nós, sem interrupção, sem desfalecimento, durante mais de trezentos anos — tempo equivalente ao que transcorreu desde o rei Henrique IV até a guerra de 1940.