terça-feira, 2 de julho de 2013

Melhores vinhos modernos: herdeiros das abadias medievais

Abbaye Sylva Plana, Le Songe de l'Abbé, faugères; Domaine de l'abbaye du Petit Quincy, chablis; Le Clos du Cellier aux Moines. Fundo: antiga abadia de Paray-le-Monial
Abbaye Sylva Plana, Le Songe de l'Abbé, faugères;
Domaine de l'abbaye du Petit Quincy, chablis;
Le Clos du Cellier aux Moines
Fundo: antiga abadia de Paray-le-Monial
Os vinhedos da Gália do tempo dos romanos – que inclui a França, mas partes de outros – foram plantados pelos legionários durante suas guerras de conquista no século I.

Eles tinham uma muito grande sofisticação na produção, escreveu o especialista em vinhos Marcel Larchiver em seu livro de referência “Vinhos, vinhas e vinhateiros”:

“Para os romanos, o vinho era ao mesmo tempo um objeto de comércio e de luxo, mas também um néctar divino do qual lhes parecia impossível renunciar. Por isso, o vinhedo era rodeado de todos os cuidados”.

Porém, o Império Romano veio abaixo no século V e a anarquia e os saques das hordas bárbaras destruiram a plantação.

Foi nessa época de caos, morte e destruição que se desenvolveu o apostolado da Igreja Católica.

Já desde o século IV a Igreja estimulava o desenvolvimento das vinhas. Em primeiro lugar porque o vinho era necessário para a consagração na Missa e para a Comunhão.

Os bispos fundaram importantes vinhedos, e esta obra contribuiu a fortalecer sua imagem ante o povo.

Mas vieram também os mosteiros. Na França medieval havia mais de um milhar de mosteiros masculinos entre os quais 250 abadias cistercienses e mais de 400 abadias beneditinas.